segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Abutres


s.m. Ave de rapina, diurna, de cabeça e pescoço depenados e coloridos, encontrada nas montanhas do Velho Mundo, e que se nutre de cadáveres. (Certas espécies de abutre são encontráveis nos Pireneus e chegam a atingir 1,25 m de envergadura.) / Fig. Indivíduo que tira proveito da desgraça alheia. (dicionário Aurélio)




Porrada.Tensão.Ansiedade. Ruas. Sujeira. Morte.Carro. Ricardo Darín. Ricardo Darín?
Normalmente quando se escuta falar de Ricardo Darín sabemos que se trata de cinema argentino e que ele interpreta um personagem buona gente, certo?
Certo, mas não neste caso. A parceria com o diretor Pablo Trapero (diretor de Leonora) faz com que o ator argentino interprete Sosa um advogado que se dedica as vítimas de acidentes de trânsito.


Através destas marcas de sangue no asfalto que Trapero  vai nos contando o tamanho da sujeira que Sosa está envolvido. Nos apresentando em cada cena o quão complicado é para se livrar desta máfia que toma conta da sociedade carente e fragilizada que sofre com a morte trágica. Cada cena é como se o povo tomasse  uma porrada pelo descaso do Estado.

E é nesse ambiente nada propício que Luján uma médica vivida por Martina Gusman (Esposa de Trapero)  conhece Sosa e aos poucos vão se entendendo, enquanto a sujeira é jogada no ventilador.




Em uma cena lindissima em uma lanchonete de beira de estrada que Darín, coloca a cabeça para fora da lama e nos mostra o quão humano estes personagens são e que quem sabe os Abutres também amam.




Recomendo que vocês assistam este filme não só pela qualidade apresentada pelo cinema argentino nestes ultimos anos, mas por uma direção segura de Trapero, onde conduz cenas violentíssimas, mas que cabem perfeitamente no roteiro que tem a fórmula que Hollywood pede, mas com alma.  E também sem sombra de dúvidas por atuações incríveis mais uma vez de Darín e de Gusman.


Se você não viu no cinema, faça como eu compre o filme pois você não vai se arrepender.


Abutres (Carancho)
Diretor: Pablo Trapero
Elenco: Ricardo Darín, Martina Gusman, Carlos Weber, José Luis Arias, Loren Acuña, Gabriel Almirón, José Manuel Espeche
Produção: Pablo Trapero
Roteiro: Alejandro Fadel, Martín Mauregui, Santiago Mitre, Pablo Trapero
Fotografia: Julián Apezteguia
Direção de Arte: Mercedez Alfonsín
Figurino: Marisa Urruti
Edição: Pablo Trapero e Ezequiel Borovinsky
Duração: 107 min.
Ano: 2010
País: Argentina / Chile / França / Coreia do Sul
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Fine Cut / L90 Producciones / Matanza Cine / Patagonik Film Group
Classificação: 14 anos



Ficha técnica e fotos: Adoro Cinema

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Newton Heath!

Peça uma cerveja e vamos conversar um pouco sobre futebol.

Hoje gostaria de falar um pouco sobre o Newton Heath Cricket & Club Football que pouco tempo depois se tornou Newton Heath. Como todo começo de um clube de futebol foi díficil principalmente porque o futebol ainda estava muito longe ser um esporte popular como ele é hoje.Em 1878 data de fundação deste clube, como no nome do clube dizia, primeiro vinha o cricket.


Por essas e outras, tinha que se trocar em Pub, andar cerca de um kilômetro para chegar no campo do jogo. O primeiro uniforme era verde e amarelo.

E não era uma homenagem a seleção brasileira, já que o futebol ainda estava longe do Brasil. Era sim uma homenagem as cores da fabrica que representavam Lancashire e Yorkshire Railway, posto que disputavam jogos c
ontra outras equipes de outros departamentos e fabricas vizinhas.
Aos poucos as coisas foram melhorando e o futebol começou a tomar ares mais profissionais quando F Attock assumiu o clube como primeiro presidente e procurou agregar ao elenco alguns bons jogadores na época. Esta iniciativa foi um passo para disputar o primeiro campeonato, a Copa Lancashire temporada 1883/1884.
Com uma base e um apoio os jogadores partiram para disputa. O triste foi que o time não passou da primeira fase, sendo eliminado logo de cara para o Blackburn Olimpic que havia vencido a FA Cup.
Um pouco mais para frente mesmo com todas as dificuldades de um clube jovem, em um esporte também ainda jovem. Conseguiu disputar a Manchester Cup, que venceu algumas vezes e pleiteou assim a participação a Football League que foi negada.
No ano de 1891 com interesse cada vez maior em disputar o campeonato organizado pela Football League, começou a investir em seu primeiro estádio o North Road, construindo uma arquibacanda para 2000 torcedores.
Um pouco depois do investimento a Football League anunciou a criação da Segunda Divisão da sua liga e as mudanças no clube se tornaram inevitáveis em nome de um sonho de se tornar grande, e uma das decisões tomadas foi se desvencilhar da Lancashire e Yorkshire Railway. Com esta separação surgiu o Newton Heath FC.
O anos seguintes continuaram duros, difíceis, ainda mais pela falta de recursos para manter o estádio e as viagens do time. Aconteceu a estréia na Liga e com ela a primeira derrota para o Blackburn Rovers. Mesmo sem muita regularidade a equipe foi se mantendo na Liga.
Em 1893 a equipe por questões contratuais perdeu o seu estádio e teve que mudar a sua casa para Clayton, mais precisamente para a Bank Street, a equipe Verde-Ouro continuou se mantendo aos trancos e barrancos pela dificuldade financeira até cair para a segunda divisão.
Tempo complicado que fizeram novas mudanças acontecerem, mudanças que permanecem até hoje. No ano de 1902 a equipe passou a ter um uniforme com camisas vermelhas abandonando assim o verde-ouro, marca da equipe. Também foram rebatizados como Manchester United!

Continua...

Fontes de pesquisa.
Os excelentes:
e o Site oficial: http://www.manutd.com/


domingo, 13 de novembro de 2011

A Consulta





Ele queria mudar de vida e nada como uma segunda feira para começar as novas mudanças.

No fim de semana nenhum cigarro. Recorde. Lembrou do gosto do alface e até arriscou a fazer um arroz. Se sentia bem.

Na sexta tomou o último café, ali naquela vendinha perto do ponto. Sentiu um pouco de dor de canto quando andava. Corria. Depois que saiu da consulta.
Na consulta... isso fica para depois.
Antes de chegar para a tal consulta, encontrou com a Mariana. Estava linda, mais até que na época do colégio. Quase que ela não o reconheceu. Estragou um pouco o reencontro, é claro. Mas, simpatia nele não faltava. Ela até disse que o adicionaria no facebook. Lucro.
Em casa enquanto se trocava, via a tv aquelas notícias da manhã. Policia no morro daqui, corrupção dali, Corinthians líder. Político com slogans novos e blá blá blá.
Ao se levantar da cama acendeu o cigarro. Ligou o computador. Sim, PC. Olhou o e-mail, lembrou da consulta e tomou um café.

A consulta, deixava ele nervoso. Ainda teve que esperar. Na “sala de espera” com a cortina branca na janela e parede pintada de vermelho, o que dava um clima estranho e abafado, ainda mais com toda aquela fumaça de vela e de cigarro de palha. Ao lado dele um velha, pelo menos foi o que ele pensou, já que a mulher parecia ter uns cento e cinquenta anos. Tentou puxar conversa, perguntou se a criança que ela carregava era seu neto. Seca, disse - tatara. E foi só.
Chamaram ele pelo nome. Levantou e foi.
A benzedeira, parecia até mais velha que a outra, tinha até pouco cabelo.
Perguntou como estava a sua vó. Disse que morreu. Depois perguntou da mãe. Disse que morreu. Se ele tinha filhos. Riu e balançou a cabeça nem que sim nem que não.
A benzedeira desembestou a rezar. Daí ele se lembrou porque não tinha voltado ali desde criança. Era a vontade de rir nessas horas que o tinha impedido.
Ela parou de rezar. Olhou bem sério nos olhos dele e disse:
...
Ele então, finalmente decidiu mudar de vida.