quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Crítica - Os Infratores

Por Alex Constantino



A breve filmografia do diretor australiano John Hillcoat parece vir repetindo um certo eixo temático que foi abordado sistematicamente em seus últimos longa-metragens. No faroeste A Proposta (The Proposition) vemos um bando de criminosos, conhecidos como os irmãos Burns, que aterrorizam a Austrália rural do séc. XIX. Eles são perseguidos pelo cometimento de atrocidades com uma família e, após a prisão de Charlie (Guy Pearce) e Mike, ao primeiro é oferecida a proposta de encontrar e matar os outros dois irmãos fugitivos para que obtenha perdão por seus crimes e, principalmente, salve a vida do adorado caçula Mike.
Essa dinâmica familiar, num mundo sem cores, sem vida, sem lei e sem esperança é retomada em A Estrada (The Road), onde um pai tenta sobreviver com seu filho num cenário pós-apocalíptico, embalado pela trilha melancólica de Nick Cave e Warren Ellis.
Em seu novo filme, Os Infratores (Lawless), Hilcoat retoma suas parcerias habituais para explorar mais uma vez um mundo rude e sem lei, onde acompanhamos um núcleo familiar que tenta lidar com a crueza de seu habitat, vivendo à margem da sociedade.
Desta vez, o cenário é o pequeno e miserável condado de Franklin, estado da Virginia, durante a Grande Depressão. Os irmãos Bondurant, Forrest (Tom Hardy), Howard (Jason Clark) e Jack (Shia LaBeouf)  desafiam a Lei Seca com sua operação clandestina de fabricação e venda de bebidas alcoólicas.
Eles estão adaptados àquele humilde cenário, contando com a conivência da inexpressiva representação da lei no local e ainda desfrutam da mítica de invencibilidade em torno de seu sobrenome, principalmente em relação a Forrest, o irmão mais velho, a quem creditam façanhas dignas de um personagem lendário.
Ironicamente, eles serão compelidos a sair de dura zona de conforto quando a “civilização” resolve debruçar suas gananciosas garras sob o árido território dos irmãos Bondurant.
Disposto a abocanhar parte dos lucros pelas operações clandestinas locais, o Secretário de Justiça envia seu homem de confiança, o engomadinho e sádico agente Charles Rakes (Guy Pearce).
A partir de então, a “invencibilidade” dos Bondurant será testada durante a escalada da violência que prenuncia uma sangrenta guerra.
Como em seus filmes anteriores, novamente Hillcoat constrói uma narrativa envolvente e instigante, num mundo de cores e personagens cinzas, onde certo e errado são grandezas bem relativas. A direção de arte, acompanhada pela atuação dos protagonistas  e, outra vez, pela melancólica trilha de Cave e Ellis, criam um arranjo harmonioso, ainda que triste, como um réquiem.
Cada personagem recebe ótima caracterização dos atores que povoam suas personas como cacoetes e manias bem dosados e que lhes empresta maior verossimilhança.
No roteiro, também escrito pelo músico Nick Cave, não há espaço para muitas surpresas e reviravoltas, já que confrontos cada vez maiores e mais sangrentos já indicam que o resultado final será um derradeiro e violento embate.
O grande mérito é que, assim como nos filmes anteriores, o grande interesse se encontra em observar como aqueles personagens lidam e transitam pelo ambiente hostil em que se encontram. Somos cativados e queremos saber mais sobre a rotina dos irmãos Bondurant que, na tentativa de saciar as vítimas da Lei Seca, concomitantemente, tentam saciar nossa curiosidade em relação a dura mas fascinante vida deles.

Direção: John Hillcoat
Roteiro: Nick Cave
Elenco: Tom Hardy, Shia LaBeouf, Jason Clarke, Guy Pearce, Gary Oldman, Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Dane DeHaan, Crhis McGarry e outros.
Direção de Fotografia: Benoît Delhomme
Edição: Dylan Tichenor
Trilha Sonora: Nick Cave e Warren Ellis
Duração: 116 min
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Drama
Previsão de Lançamento: 21 de Setembro de 2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Crítica - Resident Evil 5 - Retribuição

Por Alex Constantino



No filme anterior da franquia já vimos opiniões quase unânimes de que o 3D havia sido empregado como nunca e que a trama apresentada pelo diretor e roteirista  Paul W. S. Anderson estava horrível como sempre.
Surpreendentemente, ele tinha entendido que as técnicas necessárias para a simulação da terceira dimensão não se faziam necessárias se você estava usando uma tecnologia que poderia apresentá-la realmente, o que muitos diretores ainda não se aperceberam.
Daí porque o 3D do filme foi beneficiado pela grande profundidade de campo e a economia nas mudanças abruptas de foco.
Apesar disso, acompanhávamos ali todas as suas idiossincrasias, como sua tara pela câmera lenta, principalmente em relação a fluídos respigando e close em balas. Seus personagens, terrivelmente caracterizados, percorriam a película distribuindo chutes e participando de tiroteios exagerados, tudo em nome da imagem mais estilosa (mas nem um pouco artística).
E para não desagradar os fãs do game (e distraí-los da mediocridade da história), povoou a tela com personagens, vilões e monstros conhecidos dos jogos, enquanto apresentou o videoclipe mais longo da história.
E como a proposta parece ter dado retorno, o novo capítulo da cinessérie repete todas as características do filme anterior, tanto em suas raras qualidades quanto em seus excessivos defeitos.
E a referência ao termo série para qualificar a franquia parece bem apropriado já que, no início do filme, temos uma embaraçosa recapitulação, no melhor estilo “previously on...”. Bem, como se fosse fazer alguma diferença conhecer o que ocorreu anteriormente para entender sua “intricada” trama.
E por falar nela, desta vez, para que a história não ficasse no caminho das grandiosas cenas de ação, Anderson tomou a decisão mais simples: a limou completamente da película, dando um objetivo bem básico para sua messiânica protagonista: fugir do complexo da Corporação Umbrella em que despertou desta vez (sim, só isso!).
A partir daí, acompanhamos Alice (Milla Jovovich) passando por algumas fases, quer dizer locações, que são simulações de cidades reais e construídas pela corporação maligna para demonstrar a eficácia de suas armas biológicas. E, seguindo a dinâmica de um jogo, temos em cada uma delas seu próprio chefe de fase.
 E, novamente, a invencível Alice encontra vários dos coadjuvantes dos capítulos anteriores.
Não há muito o que falar a respeito da narrativa, a não ser destacar o excesso de diálogo expositivo, que não possui qualquer justificativa já que não há muito o que se explicar da trama. Some-se a isso atores canastrões, em que suas contrapartes no videogame conseguem apresentar muito mais expressão, naturalidade e talento.
Também merece um destaque negativo (ou uma reprimenda) a deslocada trilha sonora, incluída sem muito critério e tão  esquisita quanto o nome de seu criador: tomandandy.
Porém, ninguém poderá culpar o diretor por tentar ser inovador, porque além do bom uso do 3D, foi pioneiro em apresentar o primeiro filme  com zumbis feito por zumbis. Portanto, para curti-lo é só substituir momentaneamente seu cérebro pelos óculos de terceira dimensão.

Direção: Paul W. S. Anderson
Roteiro: Paul W. S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Siena Guyllory, Michelle Rodriguez, Aryana Engineer, Bingbing Li, Boris Kodjoe, Johaan Urb, Robin Kasyanov, Kevin Durand, Shawn Roberts e outros.
Direção de Fotografia: Glen MacPherson
Edição: Niven Howie
Trilha Sonora: tomandandy
Duração: 95 min
País: Canadá/Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Ação
Previsão de Lançamento: 14 de Setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Crítica - Vizinhos Imediatos de 3º Grau

Por Alex Constantino



Em Ataque ao Prédio (Attack the Block), filme inglês de 2011, um grupo de adolescentes desordeiros de South London descobrem uma invasão alienígena e acabam se tornando os defensores de seu quarteirão como o título original informa (e o título brasileiro estraga).
Parece que Hollywood curtiu a ideia e, em Vizinhos Imediatos de 3º Grau (The Watch), repete a fórmula numa nova roupagem pelas mãos de Seth Rogen, que parece ter bastante crédito na indústria, tendo emplacado mais essa comédia, desta vez como um dos roteiristas.
Na versão norte-americana temos Evan Troutwig (Ben Stiller), gerente sênior da CostCo local e um cidadão exemplar da pacata Glenview, localizada no estado de Ohio. Sua rotina é alterada quando o vigia noturno de sua loja tem uma morte brutal e misteriosa e a polícia parece despreparada e incompetente para lidar com o caso.
Com a intenção de solucionar o crime e, de quebra retomar a paz em Glenview, ele resolve criar um grupo de vigilantes da vizinhança que acaba atraindo Bob (Vince Vaughn), Franklin (Jonah Hill) e Jamarcus (Ricahrd Aoyade), mais preocupados em curtir com a rapaziada, beber algumas cervejas e dar um tempo na rotina familiar.
Apesar da bem intencionada motivação do grupo (pelo menos de Evan), ele não encontra muita agitação e é motivo de piada para as cidadãos que deveriam estar protegendo, até que descobrem que a situação é muito mais complicada do que imaginavam ao se deparar com um plano secreto de invasão alienígena que só eles podem desbaratar, antes que seja tarde.
E a partir daí, assim como na comédia britânica com quem compartilha uma versão infeliz do título brasileiro, acompanhamos mais uma história onde um grupo disfuncional e atrapalhado deve lidar com uma situação extraordinária, muito além de suas capacidades.
A ideia é fazer com que a plateia ria em primeiro lugar da própria personalidade caricatural dos protagonistas, da sua tentativa desastrada de encontrar alguma agitação com o grupo de vigilância e, então, partir para as bizarrices quando eles têm que lidar com a grande “ameaça” alienígena.
E para não perder a piada, vale até mesmo sacrificar qualquer consistência do roteiro, como colocar um dos ETs para dar uma dica manjada para os heróis ou ocorrer uma revelação inexplicável  de um personagem somente para empurrar a história adiante. Some-se a isso a tentativa frustrada e vergonhosa de incluir uma suposta pista falsa para enganar a audiência.
A habilidade cinematográfica do diretor Akiva Schaffer não fica muito atrás, com excesso de stablishing shots, recurso que era muito utilizado para situar o público mais disperso da TV apresentando um breve plano do local em que a cena a seguir ocorreria e que até mesmo na telinha tem caído em desuso com a evolução  cinematográfica” da audiência atual. Soa até besta que ele insista em apresentar a casa em que ocorrerá a cena, uma vez que o próprio interior das locações é bem distinto e facilmente identificável.
Como o diretor é creditado como um dos principais criadores dos curtas do humorístico televisivo Saturday Night Live, explica-se a ingenuidade  de seu estilo e a falta de fôlego para manter a coesão da história.
E se você gosta dos estereótipos que os atores têm repetido à exaustão em seus filmes, verá um típico personagem de Ben Stiller, Vince Vaughn e Jonah Hill. Nem o britânico Richard Aoyade escapa de reapresentar a persona de seu conhecido personagem na série inglesa The IT Crowd. Juro que quando ele apareceu na porta pela primeira vez ouvi em minha cabeça aqueles aplausos que são disparados quando temos uma participação especial numa série cômica.
 Apesar disso, isoladamente, existem cenas e diálogos engraçados que, no final das contas, somam alguns pontos ao filme.

Direção: Akiva Schaffer
Roteiro: Jared Stern, Seth Rogen e Evan Goldberg
Elenco: Ben Stiller, Vince Vaughn, Jonah Hill, Ricahrd Ayoade, RoseMarie Dewitt, Will Forte, Mel Rodriguez, Doug Jones, Erin Moriarty, Nicholas Braun e outros.
Direção de Fotografia: Barry Peterson
Edição: Dean Zimmerman
Trilha Sonora: Christophe Beck
Duração: 102 min
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Previsão de Lançamento: 14 de Setembro de 2012

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Crítica - Tropicália


Por Alex Constantino



Dziga Vertov, foi um dos precursores da teoria a respeito do filme documentário através de seu conceito de cinema-verdade (kino-pravda), onde teorizou que o olhar da câmera seria mais fiel à realidade do que o olhar humano.
Porém, para o cineasta e teórico russo, essa fiabilidade da câmera, ainda que tomada como uma reprodução mecânica do visível, possuía um caráter reflexivo, dando grande importância para a montagem como forma de manifestar sua estética e seu sentido.
Assim, o documentário é um gênero cinematográfico que não tem compromisso de representar a realidade como ela é, pois como o cinema de ficção, se preocupa em apresentar uma versão parcial e subjetiva dessa realidade, guardando sua própria intenção poética. Daí porque ele também tenta desenvolver uma construção dramática e uma narrativa.
Seguindo essa tradição, o diretor Marcelo Machado pretendeu retratar em Tropicália, um panorama do que, para ele, foi um dos maiores movimentos artísticos do Brasil, que misturou velhas tradições populares com novidades artísticas ocorridas no mundo daquela época, tendo “abalado a estrutura da sociedade brasileira” e influenciado várias gerações.
Para construir sua narrativa, logo de início, o diretor apresenta seus protagonistas, Caetano Veloso e Gilberto Gil, a caminho do exílio em Londres, num programa  da TV portuguesa decretando a morte do Tropicalismo, porque para Caetano “o nome de um movimento só existe enquanto o movimento existe”, e o Tropicalismo não existia mais como movimento.
A partir daí, retroage tentando criar uma moldura histórica daquele Brasil, sob a égide da Ditadura e com forte repressão à liberdade de expressão, enquanto narra o percurso dos dois artistas e do movimento, que ganhou autonomia e se expandiu atingindo outras artes.
O recurso de que se vale são depoimentos de expoentes do movimento, entrecortados por imagens de arquivo e pontuado com canções do período e outros trechos de obras da época, como cenas da montagem teatral por Zé Celso Martinez Corrêa de “O Rei da Vela” de Oswald de Andrade, ou cenas dos filmes “O Bandido da Luz Vermelha” de Rogério Sganzerla, ou do experimental “Câncer de Glauber Rocha.
Nessa viagem destaca-se o trabalho de pesquisa em que foram garimpadas imagens raras e inéditas, como a própria apresentação portuguesa da dupla ou a participação dos músicos, em 1970, no festival da ilha inglesa de Wight, quando estavam apenas de visita para curtir nomes como Jimi Hendrix, The Who, The Doors, mas foram puxados para o palco junto com um grupo de artistas belgas para tocar a canção de Caetano “Shoot Me Dead”.
Apesar do esmerado trabalho de garimpagem, ou por causa dele, parece que a preocupação maior foi apresentar o material encontrado, ao invés de costurá-lo numa história que pudesse transmitir o contexto e o pretexto do movimento.
Preocupado em destacar o ineditismo de parte do material, o documentário naufraga na tentativa de envolver o expectador ou de convencê-lo sobre a relevância do Tropicalismo.
Segundo Machado, o filme é organizado em três atos, o primeiro mostrando o caldeirão de onde surgiu o Tropicalismo; o segundo contando a história do movimento propriamente dita, de 1967 até dezembro de 1968 e; por fim, o último ato, antecedido por depoimentos recentes dos envolvidos, que é, segundo ele, mais musical. No entanto, parece muito mais uma colagem de fatos e imagens que não emocionam ou transmitem o ambiente cultural hostil do período ditatorial.
Colabora com esse clima morno a falta de carisma dos protagonistas que, talvez tenham dialogado melhor com a juventude daquela época, mas hoje não conseguem  angariar a mesma simpatia.
Os momentos mais saborosos e divertidos aparecem com Tom Zé, o Jack Sparrow da película, que ofusca os protagonistas com sua figura carismática e boca cheia de neologismos. Como uma personagem de Guimarães Rosa, em seus pouquíssimos (infelizmente) momentos de tela faz uso de sua refinada arte de falar nada com nada e tudo com tudo ao mesmo tempo, encantando com seu diagrama amalucado (parece ser a única manifestação de genuína poeticidade).
Em certa altura, Gilberto Gil diz que preferia o termo Tropicália, porque era uma ilha, uma utopia, enquanto que em Tropicalismo, o ismo já denuncia que era uma coisa do momento, um movimento. O documentário parece não ser nem um nem outro, sobra boa intenção (utopia), mas falta ritmo (movimento).

Direção: Marcelo Machado
Roteiro: Marcelo Machado e Di Moretii
Participação: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão, Maria Bethânia, Tom Zé, Os Mutantes e outros.
Direção de Fotografia: Eduardo Piagge
Edição: Oswaldo Santana
Supervisão Musical: Alexandre Kassin
Duração: 82 min
País: Brasil/USA/UK
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Previsão de Lançamento: 14 de Setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Crítica - Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros


Por Alex Constantino



Com o sucesso do livro Orgulho e Preconceito e Zumbis, lançado em 2009, houve uma explosão da chamada literatura mashup.
Com a discutível justificativa de apresentar a literatura clássica a novos leitores, neste gênero o autor utiliza uma obra em domínio público acrescentando nela elementos mais contemporâneos da cultura pop como zumbis, vampiros, bruxas, etc.
A moda fez tanto alarde que contaminou até autores clássicos brasileiros como Machado de AssisJosé de Alencar e Bernardo Guimarães que também tiveram suas obras “mixadas”.
Em 2011, Seth Grahame Smith, o precursor dessa onda com o livro de Jane Austen, lançou mais um romance, dessa vez “discotecando” a biografia de Abraham Lincoln, um dos presidentes mais idolatrados pelos estadunidenses.
Diante do sucesso dessa nova empreitada de Smith, naturalmente sua história seguiu para a telona, cujos estúdios, carentes de interesse em ideias originais, têm preferido vampirizar o público formado por obras de outras mídias em busca de lucro certo.
E como Smith foi quem deu o pontapé inicial nessa onda, foi chamado também para escrever o roteiro,  afinal o estúdio deve ter imaginado que seria melhor chamar o “especialista” em mistureba na tentativa de torna-la palatável para as telonas .
E, portanto, assim como na versão escrita, acompanhamos Abraham, nos EUA do Séc. XIX, desde que testemunhou a morte de sua mãe pelas mãos de um vampiro até se tornar um caçador implacável destas criaturas da noite, isso tudo arrumando um tempinho para encontrar uma esposa, entrar na política e se tornar um dos presidentes mais queridos da história daquele país.
Daí, dá-lhe um amontoado de fatos históricos relacionados à vida do personagem e à guerra de secessão sendo modificados para incluir os sugadores de sangue (não confundam: os vampiros não os executivos dos estúdios ok?).
Se Smith fosse um DJ literário/roteirístico mais habilidoso talvez pudesse surgir uma história divertida ou interessante, mas como parece não levar muito jeito prá coisa, ficou parecendo mais uma melodia que alguém achou interessante estragar incluindo vários ruídos.
As motivações dos personagens, incluindo dos vampiros, chega a ser ridícula, assim como a desculpa para apresentar a versão de que a guerra de secessão na verdade esconderia um embate com tais criaturas.
Isso sem contar que a parte real da história é jogada sem muito desenvolvimento, onde, ao invés de utilizar uma elipse como ferramenta artística, foi mais um artifício preguiçoso para mostrar  o jovem Abraham discursando para alguns gatos pingados enquanto se equilibrava numa caixa para daí a pouco já aparecer como o presidente dos EUA.
Na hora de decidir o que tirar de gordura extra do roteiro, nosso amigo Smith, muito "perspicaz", resolveu cortar os fatos históricos que tornaram Abraham uma figura tão lendária (e que em princípio deveriam justificar a escolha dele como herói da película) para dar mais espaço para a ação espetaculosa, descerebrada e igualmente despropositada, como a grande vingança do protagonista que acontece num combate em meio a um estouro de cavalos.
E o diretor russo Timur Bekmanbetov acompanha essa mesma proposta (ou falta dela) em suas escolhas estéticas. Aliás, como a história é bem sintonizada com seu estilo, vemos a repetição de todas as suas idiossincrasias, como pessoas voando em câmera lenta aos montes, assim como fez em sua versão russa da luta secreta entre seres fantásticos em Guardiões do Dia e Guardiões da Noite. É um amontoado de cenas improváveis de ação com efeitos visuais bacanudos.
No fim, é um filme feito para o protagonista caçar vampiros e entreter zumbis.

Direção: Timur Bekmanbetov
Roteiro: Seth Grahame Smith
Elenco: Benjamin Walker, Dominic Cooper, Anthony Mackie, Mary Elizabeth Winstead, Rufus Sewel, Marton Csokas, Jimmi Simpson, Erin Wasson e outros.
Direção de Fotografia: Caleb Deschanel
Edição: William Hoy
Trilha Sonora: Henry Jackman
Duração: 105 min
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ação
Previsão de Lançamento: 07 de Setembro de 2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mostra de Filmes Independentes Argentinos




Em se tratando de cinema argentino é sempre bom conferir, então ai vai mais uma boa pedida para ir ao CineSesc:

BAFICI - CINESESC APRESENTA MOSTRA DE FILMES INDEPENDENTES ARGENTINOS

OS INGRESSOS PARA O BAFICI QUE ACONTECE NO CineSesc de 7 a 13 de setembro SERÃO:

Ingressos: R$ 4 (inteira), R$ 2 (meia) e R$1 (comerciários e portadores de carteirinha do Sesc)


Festival BAFICI traz cinema independente contemporâneo da Argentina para São Paulo

Em sua primeira edição no Brasil, o Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (BAFICI) em parceria com o SESC SP, reúne filmes argentinos de diretores consagrados e novos talentos da produção cinematográfica  contemporânea portenha. O evento acontece no CineSesc de 7 a 13 de setembro. Entre os títulos, destaque para “Ausente” (Marco Berguer), vencedor do prêmio Teddy do Festival de Berlin; “Secuestro y Muerte” de Rafael Filippelli e “El Rati Horror Show” de Enrique Piñeyro.
O BAFICI, Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, um dos mais importantes festivais de cinema da Argentina nos dias de hoje, foi criado em 1999 e está atualmente em sua décima quarta edição. Ocorre em diversas cidades do país e é reconhecido como um veículo fundamental para o acesso à produção independente latino americana

BAFICI
CineSesc- de 7 a 13 de setembro
Ingressos: R$ 4 (inteira), R$ 2 (meia) e R$1 (comerciários e portadores de carteirinha do Sesc)
Relação de Filmes:

Accidentes Gloriosos
Direção: Mauro Andrizzi e Marcus Lindeen. 2011, Argentina/Suécia, 58 min

Nove histórias sobre morte e transformação: Um homem com um coração de porco, outro que morre durante uma expedição no Circulo Polar. Um filme negro, mas não triste, que realmente representa a liberdade. Em Iraqi Short Films o que interessava para Andrizzi era o efeito paradoxal que produziamestas imagens capturadas do anonimato da web. Quando feita no futuro com essas pessoas relatandosuas experiências, o que prevaleceu foi a ideia da presença / ausência. Desta vez, em Accidentes Gloriosos, realizado junto com Marcus Lindeen, os relatos trabalham literalmente sobre a ausência depersonagens, com foco na recuperação da idéia de texto sonoro. Este texto sonoro - que é o som e palavra, literário e vulgar, coloquial e presunçoso – produz um material que completa "as cenas." Mas, como em suas obras anteriores, em Accidente torna-se claro que Andrizzi trabalha por acumulação ecoloca o espectador na tarefa de completar "o que falta" a partir desta série de cenas, orientado pela idéiade variação sobre a morte eo desejo de que "acidentes "mudem o curso da vida ... e as histórias que ofilme nos diz.

Amateur
Direção: Néstor Frenkel.2011, Argentina, 76 min

A disseminação do formato Super 8, há várias décadas, multiplicado pelos realizadores de "gênero": o filme do casamento, as crianças cantando e dançando, as férias na praia. Para alguns, o Super 8 foi apenas a possibilidade de imagens em movimento. Para outros, a possibilidade de fazer filmes. Este é o caso de Jorge Mario, um dentista de profissão e várias paixões: cineasta, cinéfilo dedicado, apresentador de um programa de rádio, fundador de um grupo de escoteiros, praticante de tiro filatelista, e muito mais. Hoje, aos 70 anos, e 40 anos depois de Martin Winchester, o western em Super 8, Mario quer filmar seu próprio remake. O filme de Frenkel, com humor e grande exposição de idéias, vai do geral para o particular, e, em seguida, aponta para o coração mais íntimo do universo, para converter Jorge Mario em um dos personagens memoráveis deste Bafici.

Ausente
Direção: Marcos Berger. 2011, Argentina. 90 min

Martin (Javier De Pietro) sente uma dor em um olho e é dispensado das aulas de natação para uma verificação de rotina, acompanhado de seu professor (Carlos Echevarría). Nada é acidental nestepequeno incidente, já que  o jovem estudante parece ter forjado um plano realizado com segurançainconsciente. Sua energia sexual parece estar pronta para a criação de uma rede de mentiras paraconseguir seu objetivo. Mas qual é o propósito de Martin? Até que ponto está disposto a ir? O diretorMarco Berger continua sua exploração de gêneros e terrenos raramente visitados no recente cinemaargentino. Desta vez, na forma de um thriller de suspense, o contexto parece encontrar o lugar ideal para desenvolver uma história de amor, manipulação e desejo, daqueles em que os detalhes de cada ação,cada palavra, cada decisão, marcam o ritmo assombroso a seguir.

El Rati Horror Show
Direção: Enrique Piñeyro. 2010, Argentina, 86 min.
Enrique Pineyro está interessado em vários males do mundo que têm suas origens nas corrupçõesdiversas. Ou melhor, está interessado em mudar o mundo - com a “Fuerza Aérea Sociedad Anónima”gerenciada para modificar o controle da aviação civil - através da ação pública: denúncias, declarações, investigação, o cinema. Piñeyro coloca o corpo na frente e atrás da câmera, e aqui chegamos em um caso impressionante: as alegações de corrupção, manipulação grosseira de provas e algumas outras coisas. Com segurança cênica e narrativa, Pineyro, um modelo de homem renascentista - médico, piloto, produtor, diretor, ator, ativista - agora se mete com a polícia ("rati" é um termo popularmente usado deforma depreciativa). E com El Rati Horror Show, Piñeyro não só se anima a fazer denúncias, também se anima a utilizar com elegância e graça de uma bateria de recursos: ficcionalização, bastidores, efeitos especiais ... O impressionante e convincente resultado prova, também, que a corrupção é uma das formas mais danosas de estupidez.

Lo que más quiero
Direção: Delfina Castagnino. 2010, Argentina, 76 min.
Lo que más quiero é a história de dois jogos: um amoroso, de impacto imediato e diluição simples; e outro mais difícil, mais lento e trágico. Lo que más quiero é também a história de uma amizade entreduas meninas, sustentada à distância e posta à prova pela convivência. Conta a história dessas dores, mas, como nos filmes mais sábios, aborda o assunto obliquamente. Por que o filme é, na maior parte de sua duração, brilhantemente atuado e filmado em sóbrias cenas deplano-seqüência. Lo que más quieroé também uma estreia brilhante, de segurança notável, de modo a tocar as emoções mais variadas. É um filme virtuoso, com imagens de grande beleza (talvez o sul da Argentina nunca foi tão bem retratadono cinema). Lo que más quiero é um belo filme, simples assim.

Los Marziano
Direção: Ana Katz. 2010, Argentina, 90 min.
Não só a diferença entre  vida e a condição social que distancia os  irmãos Luis e Juan Marziano. E apesar de Delfina, a irmã, e Nena, a mulher de Luís, tentarem aproximá-los,isso parece improvável. Masquando Luis cai em um misterioso buraco em um campo de golfe, ea súbita incapacidade de ler de João, parece fazer com que os irmãos se aproximem. Com base nisso, Ana Katz retorna ao tema da família, já dilacerada pela distância e pelo passado, mas aqui de uma forma mais dramática, com aaparente leveza da comédia. Ana Katz deixa em aberto as conclusões de um conflito que não se resolve num simples almoço festivo.

Masterplan
Direção: Diego y Pablo Levy. 2012, Argentina, 87 min.
Mariano (Alan Sabbagh) tinha tudo pronto: o golpe perfeito para conseguir as coisas que faltavam para o compromisso definitivo com sua namorada (Paula Grinszpan). Bom, parecia perfeito até contar seus planos para seu cunhado (Paul Levy). Agora, para fugir com sua namorada, deve se livrar do velho SiamDi Tella, que ele cuisa como um tesouro. Os homens têm uma relação especial com os carros, eMariano não é exceção. De repente se vê tendo que combater várias frentes: a manutenção das aparências perante a seguradora, que envia ao meticuloso inspetor Cicchero (Campi); sua impaciente mas sensata namorada; e ele próprio com o sentimento crescente de que nunca deixará de ser um perdedor. Primeiro longa-metragem de ficção dos irmãos Levy, tem humor contagiante.

Norberto apenas tarde
Direção: Daniel Hendler. 2010. Argentina/Uruguai, 88 min.
De repente, as mudanças são empilhadas na vida de Norbert. Primeiro ele perde o emprego, mas depois começa a trabalhar no setor imobiliário. Ao mesmo tempo, ele começou a participar de um grupo de teatro, em parte por recomendação de seu novo chefe, em parte por causa de um estranho fascínioque ele tem por uma peça. Quase dividido, em indivíduo e personagem, em máscara e em rosto,Norberto atarvessa crises a cada passo que ensaia para sua nova vida. Crises insignificantes, pois a obra prima de Daniel Hendler tem uma sutileza notável de construir uma narrativa com força furtiva, abrem-se numa passagem dentro e fora de Montevidéu, com humor, mistério e tensão dramática. Mais do que uma reflexão sobre o seu prórpio métier, Hendler mostra a realização de uma encenação precisae desenvolve uma história contemporânea que celebra as vidas mínimas como grandes reinvenções.

Ostende
Direção: Laura Citarella. 2011, Argentina, 85 min.
Através de um concurso de rádio, uma moça recebe quatro dias de férias em Ostend, na província deBuenos Aires, em um grande hotel. Ainda não é temporada, e ela chega sozinha ao lugar. Seu namorado chegará alguns dias mais tarde. Na praia há sol, mas muito vento, e um bar muito sofisticado onde trabalha um garçom charlatão. Neste ambiente, sem obrigações e sem grandes atrativos, próximo de uma praia com muito vento e mar não muito atraente, a menina começa a prestar atenção a certasatitudes estranhas de um velho acompanhado de duas mulheres jovens. Chega seu namorado, quesurge como representante do mundo exterior, esse mundo do qual ela tem se distanciado gradualmente.A diretora Laura Citarella mostra que está ciente de histórias e, por isso, flerta com Hitchcock e Rohmer a partir de uma perspectiva feminina, leve e graciosa.

Papirosen
Direção: Gastón Solnicki. 2011, Argentina, 74 min.
A explosão do vídeo digital transformou, nos últimos anos, o registro de eventos familiares, multiplicandoe muitas vezes elevando o status da imagem padrão. Muitos sonham em usar esses elementos para construir uma história que vai interessar a um público mais amplo, a subjetividade inevitável do material é o principal obstáculo para lograr, a partir dessas imagens, um filme "verdade". Gaston Solnicki vence odesafio, utilizando o mesmo ponto de vista de seu documentário anterior. Assim, consegue obter umonisciente olhar revelador da privacidade. Papirosen mostra os fios invisíveis que ligam os membros da família, seus jogos de poder, sentimentos e contradições.

Secuestro y muerte
Direção: Rafael Filippelli. 2010, Argentina, 95 min.
O general é raptado e levado para uma fazenda, onde seus sequestradores o trancam em um quarto e continuam um "julgamento" no qual ele deve explicar decisões políticas tomadas há anos. O veredictodetermina que o general é culpado, e os sequestradores decidem matá-lo.  O título do novo filme deRafael Filippelli menciona duas ações e não há dúvida de que elas organizam a sua narrativa: umamarca o início e a outra o desenlace. Como em outros filmes, Filippelli trabalhou explicitamente a políticanos anos 70, o espaço fechado aqui se torna tão recluso e ameaçador quanto o exterior. A condição polêmica de Secuestro y muerte não é o seu tema, mas a ousadia de um grande cineasta, que vai e vementre dois pontos de vista sem nunca priorizar um sobre o outro. A ambiguidade intrínseca da arte.

Programação:
 7 de setembro
17h Masterplan
19h Ostende
21h Secuestro y Muerte
23h Accidentes Gloriosos

8 de setembro
17h Secuestro y Muerte
19h Los Marzianos
21h Ausente

9 de setembro
17h Amateur
19h Lo que más quiero
21h El Rati Horror Show

10 de setembro
17h Los Marzianos
19h Ausente
21h Ostende

11 de setembro
17h Papirosen
19h Masterplan
21h Accidentes Gloriosos

12 de setembro
17h Amateur
19h  Norberto apenas tarde
21h El Rati Horror Show

13 de setembro
17h Lo que más quiero
19h Papirosen
21h Norberto apenas tarde

Crítica - Cosmópolis

Por Alex Constantino



Um jovem resolve atravessar sua cidade e, enquanto realiza sua jornada de 24 horas, se depara com eventos e personagens que estabelecem um paralelo com a trajetória do herói grego Odisseu (Ulisses para os romanos).
A descrição acima faz alusão a Ulisses, romance seminal de James Joyce, mas poderia muito bem descrever o novo filme de Cronenberg.
Baseado no romance homônimo de Don DeLillo, é livremente inspirado na história de Leonard Bloom. Em seu lugar temos Eric Packer (Robert Pattinson), um bilionário de 28 anos, que resolve cortar seu cabelo e para isso tem que atravessar Manhattan em sua luxuosa limusine num dia bem tumultuado na cidade.
Um dia tumultuado também em sua vida, uma vez que acompanhamos com ele o colapso de sua fortuna e de sua excêntrica rotina, povoada de personagens e eventos igualmente excêntricos. Assim como vemos ainda o colapso do casamento artificial que mantém com a Mary Bloom/Penélope da vez, uma jovem igualmente bilionária e de personalidade asséptica (Sarah Gadon).
E o filme parece também se inspirar em Joyce ao apresentar uma narrativa estruturada como se estivéssemos acompanhando o fluxo de consciência do protagonista, recheada de diálogos desconexos e fragmentados que mantém com a fauna de coadjuvantes com quem ele se depara durante sua jornada.
Porém, ao contrário da obra do escritor irlandês, que se tornou um marco com  sua técnica de fluxo de consciência, cuidadosamente estruturada e com uma prosa experimental, a ambiciosa tentativa de transportá-la para uma narrativa audiovisual não ressoa com a mesma eficácia.
A atuação de Pattinson contribui para o naufrágio dessa proposta, pois sua figura artificial não empresta força ou carisma ao personagem, diminuindo ainda mais quando contracena com atores de maior calibre. Na cena final, com planos mais longos em que a mise en scene tem total relevância, ele parece só mais um objeto cenográfico ou uma testemunha privilegiada do trabalho de Paul Giamatti.
Mesmo quando o personagem experimenta eventos emocionalmente fortes, qualquer transformação dele fica presa na face de cera do ator que lhe empresta o corpo. Soa até irônico (ou maldoso vindo dos detratores de Pattinson) que o único momento em que parece demonstrar naturalidade e vigor, convencendo na atuação, seja na cena que nos apresenta o exame proctológico diário a que o protagonista se submete. Dentro das cenas de sexo da película, é certamente a mais realista e a que melhor deixa transparecer a sexualidade aflorada que o diretor tenta nos convencer que o protagonista possui.
O grande destaque fica para a ambientação construída, situada num futuro próximo e distópico, que nos deixa bastante curiosos para saber mais sobre aquilo que se passa ao redor da limusine ao invés daquilo que ocorre dentro dela, onde a maior parte da história transcorre.
Temos vontade de abrir a porta e saltar do carro ainda em movimento para saber porque a multidão protesta furiosamente? É um mundo tão perigoso que os ricos têm que viver em suas fortalezas móveis e que coloca em risco a simples visita de um presidente?
Queremos acompanhar o cortejo igualmente mobilizante e apaixonado que acompanha o carro fúnebre de um rapper sufi ou nos juntar ao movimento reacionário que atira ratos em protesto àquele capitalismo de rachaduras mais profundas.
Infelizmente, estamos presos dentro da limusine e na vida entediante do protagonista, assim como ele, ávido por novas emoções (ou sentir alguma de verdade pela primeira vez). Ficamos presos sem explorar todo o verdadeiro potencial daquele universo, assim como a câmera de Cronenberg em sua ambição de ser um Joyce das telas.

Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg
Elenco: Robert Pattinson, Juliette Binoche, Sarah Gadon, Mathieu Almaric, Jay Baruchel, Kevin Durand, K’Naan, Emily Hampshire, Samantha Morton, Paul Giamatti, Philip Nozuka e outros.
Direção de Fotografia: Peter Suschitzky
Edição: Ronald Sanders
Trilha Sonora: Howard Shore
Duração: 109 min
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Drama
Previsão de Lançamento: 07 de Setembro de 2012